domingo, 7 de dezembro de 2008

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA

Somos fruto de uma cultura extremamente autoritária do passado, estamos vivendo num processo de democracia e precisamos aprender a participar, para isso é fundamental que se forme uma cultura democrática no interior da escola, onde todos possam exercer o poder de decisão, seja na escolha dos seus representantes por meio do voto ou até mesmo definir as prioridades da escola onde os filhos estudam.
A Gestão Democrática faz parte de um processo de democratização da sociedade, não é um processo isolado, pois deve haver uma conjunção entre a escola e a sociedade. Depende da instituição de mecanismos formais e principalmente de ações concretas da comunidade escolar e sociedade como um todo, em todos os momentos.
A Gestão Democrática requer autonomia e participação efetiva, onde os pais não devem apenas se fazer presentes acatando as decisões da diretora, mas discutir, opinar, tomar conhecimento do que está sendo administrado.
A Gestão Democrática é um processo e tem princípios, pode ser bastante conflituosa e trabalhosa, mas deve ter transparência, respeito à diversidade e estar ligada a qualidade, pois deve ser boa para todos.
Um dos principais desafios da Gestão Democrática é a divisão do poder com todos os membros da comunidade escolar, garantindo que todos tenham direitos e possam exercer o poder de decidir, através do diálogo, do enfrentamento de opiniões, deliberando e planejando, acompanhando e solucionando problemas, avaliando as ações em prol do desenvolvimento da escola como um todo.
Não haverá uma escola de qualidade sem participação, a gestão democrática é um caminho que possibilitará a geração de uma nova escola no Brasil, para que isso ocorra precisamos instituir mecanismos de democracia representativa nas escolas, como a criação de Grêmios Estudantis, Conselhos Escolares, eleições diretas para diretores, descentralização de recursos, planejamento participativo, enfim estruturas democráticas que permitam o diálogo e a negociação entre os sujeitos.
“Estar no mundo sem fazer história, sem por ela ser feito, sem fazer cultura, sem tratar da própria presença no mundo, sem sonhar, sem cantar, sem musicar, sem pintar, sem cuidar da terra, das águas, sem usar as mãos, sem esculpir, sem filosofar, sem pontos de vista sobre o mundo, sem fazer ciência, ou teologia, sem assombro em face do mistério, sem aprender sem ensinar, sem ideais de formação, sem politizar não é possível”... (Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra. 1997)