terça-feira, 19 de outubro de 2010

Eixo - 7

Este semestre foi atípico, tivemos que trabalhar para recuperar horas até mesmo nos domingos devido à gripe A (h1n1), por isso resolvi dar prioridade a realização das atividades das interdisciplinas, realizando as leituras e postagens e deixei de fazer registros do blog com a regularidade indicada.
 Na interdisciplina de EJA observamos o trabalho do professor, as características dos alunos e a importância desta modalidade de ensino:

Na saída de campo pudemos constatar que a maioria dos jovens faz parte da zona urbana da cidade, são alunos multirepetentes que vêem na escola noturna uma possibilidade para continuar estudando, porém continuam levando tudo na brincadeira se atrasam para entregar os trabalhos e demonstram indisciplina. Já os adultos encaram a sério a proposta do professor, demonstram mais interesse, questionam, dão sugestões e reclamam da indisciplina dos jovens, preferindo se matricular em turmas só de adultos.
Através do acesso a cultura e ao conhecimento formal, o EJA, busca auxiliar na construção da autonomia, da auto-estima e da valorização da identidade social de seu alunadoMais que resgatar dividas sociais ou atender demandas da atualidade, a educação de jovens e adultos propõe novas perspectivas de vida e sociedade, já que se baseia no caráter incompleto do ser humano e concebe o conhecimento como um bem historicamente construído e por tanto constantemente modificável, precisando assim escola, alunos, conteúdos e materiais didáticos se adequarem constantemente a estas modificações, principalmente os que envolvem as tecnologias de comunicação e informação, para melhor qualificação de vida para todos.
Aprendi que é importante investigarmos a história de vida dos alunos e analisarmos o contexto em que estão inseridos e a partir daí traçarmos estratégias para atingirmos este sujeito. Propondo atividades significativas para esses jovens e adultos, levando em consideração suas vivências e a sua bagagem cultural, desenvolvendo as suas habilidades e competências, além de tornarmos a aprendizagem mais interessante, garantiremos a inserção destes indivíduos na sociedade.
Considero importante que o professor possa tornar o aluno da EJA protagonista da sua aprendizagem, trabalhando aspectos de seu contexto,problematizando-os, inserindo sua realidade no currículo, desafiando-os a serem agentes de mudança.

Na interdisciplina de Linguagem e Educação fiz referência as práticas de leitura e oralidade no contexto social:

As práticas letradas realizadas pela família ou em instituições como a igreja, são práticas coletivas essenciais onde o conhecimento sobre a escrita é construído coletivamente pela colaboração dos indivíduos de um determinado grupo. Por esta razão faz mais sentido reencaminhar o ensino da escrita na escola priorizando o que há de comum, de semelhante entre oralidade e a escrita valorizando e ampliando a sua função social.
As atividades planejadas para um dia letivo servem como evidências do que pode ser trabalhar o letramento e sua função social na sala de aula, os alunos ao criarem suas receitas de sanduíche passam a usar uma linguagem própria de um livro de receitas e começam a estabelecer as diferenças entre os diversos estilos de texto.
Atividades rotineiras como ir ao mercado, fazer uma lista de compras, lerem a bula do remédio, preparar uma receita, calcular o troco da padaria ou do sorvete são práticas do dia-dia em que o letramento está presente.

Na interdisciplina de Libras faço o relato de algumas experiências que tive com o mundo do surdo e que me levaram a concluir a importância da língua de sinais:

Particularmente não conheço nenhuma pessoa surda, porém eu trabalhei próxima a uma escola de surdos e quando pegávamos o ônibus ficava observando alguns jovens surdos.
Eles estavam sempre animados e conversavam entre eles usando a linguagem de sinais, se comunicavam também com o cobrador.
Na minha opinião as pessoas surdas não se diferem das demais, apenas utilizam outra maneira de se comunicar enfatizando os movimentos das mãos, do corpo e tem a percepção visual mais desenvolvida.
Outra experiência que tive foi no supermercado perto de minha casa onde pedi ajuda para um funcionário que transitava pelos corredores  e ele então demonstrou não ter me entendido, logo percebi que era surdo, então falei com ele frente a frente e pausadamente, possibilitando a leitura labial, desta forma ele me ajudou a escolher o café que procurava sem maiores problemas e eu me senti muito bem por ter conseguido me comunicar.

Na interdisciplina de Didática e avaliação destaco uma observação ao uso dos projetos e falo sobre a avaliação dos alunos:

Este ano propus aos alunos um projeto sobre a diversidade étnica em nosso município para tomarmos conhecimento da participação das várias etnias que foram responsáveis pela construção da história da cidade. Para desenvolvermos esta temática fomos ao encontro de materiais que abordassem a etnia indígena e afro-brasileira, com o objetivo de nos apropriarmos de uma parte da história que não é contada nos livros, mas que é muito importante, pois faz parte da nossa própria história.
Buscamos materiais e propomos atividades variadas tais como: pesquisa entrevista com remanescentes da comunidade negra, saídas de campo (visitação a aldeia indígena na Feitoria), participação em seminários, etc. Enfim nos apropriamos da história como protagonistas do nosso saber.
Realizo a avaliação dos meus alunos levando em conta todos os momentos vivenciados por eles na sala de aula. Proponho atividades diversificadas como: pesquisas, trabalhos em grupo, saídas de campo, produções de texto, considero também a participação e interesse pelos assuntos discutidos.
Costumo observar o desempenho dos alunos e registrar todos os avanços e dificuldades enfrentadas, procuro respeitar o ritmo de cada um e tento rever as estratégias adotadas. A partir daí realizo as intervenções necessárias para que cada um possa sanar suas dificuldades e avançar no processo de aprendizagem.

EIXO- 6

“Não devemos chamar o povo à escola para receber instruções, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições, mas para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do puro saber de pura experiência feito, que leve em conta as suas necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história.”

(FREIRE, Paulo. A educação na cidade, 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001, p. 16.)



Neste semestre realizamos muitas aprendizagens significativas, abordando neste eixo temático assuntos relacionados a questões étnico-raciais, a diversidade cultural brasileira, a inclusão dos portadores de deficiências, princípios morais, ética, estádios do desenvolvimento da aprendizagem, entre tantas outras habilidades e conhecimentos.

Precisamos aguçar a nossa capacidade de observação e sensibilidade para darmos visibilidade em nossas atividades pedagógicas a temáticas voltadas as questões étnicas, culturais, valorizando os assuntos de interesse dos alunos e da comunidade onde a escola está inserida.

Outra questão importantíssima, da qual não podemos fechar os olhos é com relação aos conflitos que muitas vezes são de ordem familiar, mas que se tornam visíveis na escola, pois o espaço escolar muitas vezes é o lugar onde os alunos são ouvidos e lhes é dada a oportunidade de expressar seus sentimentos e carências. Sendo assim cabe a nós professores encontrarmos uma forma de socialização destes conflitos, elaborando projetos educativos que tratem destas e outras problemáticas que fazem parte da realidade dos alunos, ajudando-os a encarar seus problemas refletindo sobre os mesmos.

Precisamos compreender que eles são frutos de um meio social que vai muito além dos muros da escola. Não podemos resolver seus problemas, mas ajudá-los a encontrar caminhos para que se tornem sujeitos questionadores, autônomos, que busquem a melhoria de suas condições de vida, independente de cor, raça ou classe social, com uma vida digna e baseada principalmente no respeito às diferenças, aos direitos das outras pessoas, buscando uma educação para a paz e a igualdade.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

EIXO 5

Trabalhamos com as interdisciplinas: Organização e Gestão da Educação, Organização do Ensino Fundamental, Psicologia da Vida Adulta e Projeto Pedagógico em ação.


Em Organização e Gestão discutimos sobre um dos principais desafios da Gestão Democrática que é a divisão do poder com todos os membros da comunidade escolar. Entendemos que é preciso garantir que todos tenham direitos e possam exercer o poder de decidir, através do diálogo, do enfrentamento de opiniões, deliberando e planejando, acompanhando e solucionando problemas, avaliando as ações em prol do desenvolvimento da escola como um todo.

Não haverá uma escola de qualidade sem participação, a gestão democrática é um caminho que possibilitará a geração de uma nova escola no Brasil, para que isso ocorra precisamos instituir mecanismos de democracia representativa nas escolas, como a criação de Grêmios Estudantis, Conselhos Escolares, eleições diretas para diretores, descentralização de recursos, planejamento participativo, enfim estruturas democráticas que permitam o diálogo e a negociação entre os sujeitos.

Na interdisciplina de Psicologia da vida adulta refletimos como ocorre a aprendizagem.

Para haver aprendizagem há que se levar em conta além das relações de interdependência entre sujeito e objeto outros fatores complementares como: a maturação do organismo, as experiências com o objeto do conhecimento, a vivência social e a equilibração do organismo ao meio.

Pelo que vimos sobre a teoria Piagetiana os indivíduos em qualquer faixa etária não aprenderão pela reprodução de idéias prontas. Só haverá o desenvolvimento cognitivo quando o indivíduo tiver sido desafiado a pensar, buscando resolver um conflito, transformando a realidade do meio em que vive.

Tive uma experiência no início da carreira do magistério com uma turma de alfabetização de adultos e o que me chamava à atenção na época era o fato de que apesar dos alunos serem adultos tinha uma dificuldade acentuada na grafia. Como adultos apresentavam habilidades motoras desenvolvidas, no entanto escreviam garatujas assim como as crianças da primeira série e apresentavam uma rigidez ao pegar o lápis na mão para tentarem escrever. Lendo o que Piaget relata nos estágios de desenvolvimento cognitivo, pude compreender que apesar de serem adultos com experiências motoras consideráveis, possivelmente não tivessem desenvolvidos algumas bases de características cognitivas próprias para o estágio em que se encontrassem.

Outra barreira que enfrentavam era a vergonha de admitir que não soubesse ler nos espaços de convivência social do qual faziam parte, o que influenciava na autonomia e até mesmo na auto-estima deles.

O professor precisa conhecer como ocorre a aprendizagem dos seus alunos, para poder através de um trabalho motivador oportunizar o desenvolvimento do conhecimento.

EIXO 4

Trabalhamos com as interdisciplinas: Representação do mundo pela matemática, Representação do mundo pelas ciências e Representação do mundo pelos Estudos Sociais.


Em matemática passei a mediar a aprendizagem dos meus alunos propondo atividades mais práticas e que desafiassem mais o raciocínio. Passamos a construir noções de tempo e espaço através da criação de jogos, gráficos e desafios matemáticos criados a partir da realidade dos alunos. Por exemplo: Elaborar com os alunos uma lista de compras do supermercado fazendo pesquisas de preços nas lojas do bairro e a partir daí criarmos cálculos e histórias matemáticas.

O objetivo de trabalhar com Estudos Sociais é fazer com que o aluno possa construir noções de tempo e espaço, refletindo sobre as relações sociais no contexto em que está inserido.

Os alunos tomam conhecimento das relações que ocorrem nos grupos dos quais fazem parte: família, escola, bairro, cidade, estado, país; e os acontecimentos que constituíram a história destes.

Também é importante que o aluno compreenda as mudanças sociais em tempos e espaços diferentes, identificando-as por meio da pesquisa em objetos que representem à memória individual ou coletiva.

Fazemos história, os acontecimentos do passado e do presente marcam o nosso tempo. As histórias de vida de cada um de nós se interligam e formam a identidade dos grupos dos quais fazemos parte.

A disciplina de ciências é muito importante dentro do currículo, pois aborda questões relacionadas a vida dos seres e suas inter-relações. Precisamos compreender que fazemos parte do ambiente e, portanto somos responsáveis pela preservação das espécies e do equilíbrio ambiental.

Através do estudo das ciências passamos a nos dar conta da importância do estudo investigativo, levantando hipóteses, concluindo e buscando novas informações a respeito do ambiente natural e sua preservação.

EIXO 3- REFLEXÕES

Este foi um dos semestres mais significativos para mim, pois desenvolvemos propostas de disciplinas mais práticas como o Teatro, Artes, Música, Ludicidade e Literatura.


Na interdisciplina de Ludicidade gostaria de salientar que vendo a entrevista da professora Tânia Fortuna percebi que há um caráter importantíssimo de se resgatar o brincar na sala de aula envolvendo também as famílias proporcionando atividades onde pais e filhos possam trocar experiências, se integrando através de brincadeiras , para que fique claro para eles, que podemos aprender muito e desenvolver a criatividade, autonomia, inteligência, concentração, afetividade e muitas outras potencialidades dos nossos alunos por meio do brincar.

Na interdisciplina de Teatro comprovamos que todas as pessoas podem desenvolver a habilidade de se comunicar por meio da dramatização, encenação e improvisação. Também que podemos através dos jogos dramáticos proporcionarmos momentos de alegria, integração e resgate da auto-estima dos alunos. O teatro no contexto escolar torna possível uma maior compreensão do indivíduo por parte de si mesmo e do mundo que o cerca, exigindo uma reestruturação na sua maneira de expressar as idéias que quer comunicar em cena de tal modo que possa refletir nas suas ações cotidianas.

Na interdisciplina de Artes Visuais constatamos a importância de utilizarmos várias linguagens para nos expressarmos, além de analisarmos as obras observando os aspectos iconológicos e iconográficos que apresentam para nos situarmos no tempo e no espaço em que foram criadas e compreendendo o que pretendiam comunicar.

Também foi neste semestre que criamos os blogs, que hoje é uma importante ferramenta que utilizamos para registrarmos as nossas aprendizagens e dos nossos alunos.